O Pinhal

O antigo Pinhal de Leiria está situado a norte de Leiria, na Mata Nacional do Urso, constituindo uma das maiores manchas naturais da região centro. Em Portugal, o pinhal de Leiria foi marcou o início da plantação intensiva de monocultura do pinheiro bravo.

Foi D. Afonso III no século XIII que deu início à plantação dos pinheiros. No entanto é com D. Dinis que (entre 1279 e 1325) a cultura foi intensificada. Fizeram-se enormes sementeiras para que as dunas da costa não se degradassem. Serviu este pinhal também para a exportação e construção naval que servia interesse comerciais e marítimos do reino.

Sempre que era feito o corte de árvores, havia uma replantação imediatamente a seguir. Esta acção manteve o pinhal praticamente intacto. Durante os séculos XV e XVI. Na altura dos Descobrimentos Marítimos, o pinhal desempenhou um importante papel. A madeira deste pinhal era usada nas embarcações. O pez (alcatrão vegetal extraído dos pinheiros) ajudou na protecção das caravelas.
Em Monte Redondo, no Museu Etnológico, pode-se visitar um dos muitos fornos de pez que existiram no pinhal.

A expansão industrial (nos séculos XVIII e XIX) e o aumento demográfico trouxeram a necessidade de produzir carvão de madeira quer para alimentar os fornos das indústrias metalúrgicas e de vidro, quer para o aquecimento das populações. Em meados do séc. XIX começou a produção de produtos resinosos, nomeadamente com a extracção da goma dos pinheiros.

O pinhal continua ainda hoje como um local de lazer. Actualmente é possível passear dentro do pinhal, aproveitando toda a fragrância aromática que se espalha no ar. A mata é cerrada e permite muitas actividades ligadas à natureza, como passeios de bicicleta ou a pé.

A flora do pinhal é bastante variada. Para além do pinheiro bravo que domina a paisagem, há urzes brancas, fetos arbustivos, lentisco-bastardo, urzes rosadas e rosmaninho. Também são muito comuns à beira do rio Lis exemplares de amieiros, freixos e salgueiros.